A idéia do blog do Produssom é criar um espaço interno para falar dos artistas e bandas que passam por aqui, mas peço licença para comentar um pouco sobre equipamentos.
Imagino falar diretamente para músicos e técnicos que valorizam tais informações.
Chegar aos equipamentos que disponibilizamos hoje foi um processo penoso.
A maioria dos estudios de São Paulo não gostam de trabalhar com ensaios devido ao grande custo com manutenção de equipamentos e da relação "estressante" com clientes. A maioria foca em gravações que é um serviço relativamente fácil, mas exige talento artístico e o único custo é Eletropaulo e mão de obra. Temos nossa sessão de gravação e ela é tão importante quanto os ensaios, mas devido a grande quantidade de home estudios passamos por um momento de transição deste segmento.
Hoje, somos considerados o maior estudio de ENSAIO de São Paulo. E isso deve-se a anos de trabalho, adaptação nesse segmento. Todas nossas salas passaram por várias reformas estruturais e apesar de ainda não ser o resultado almejado a rotação de clientes é a esperada.
Muitas marcas e modelos de equipamentos musicais foram adquiridos, mas poucos passaram no teste real do dia a dia. Ao agendar o ensaio, perguntamos o nome da banda, quantidade de integrantes e se existe alguma singularidade como; instrumentos de sopro, acústicos e etc. Além dessas informações não sabemos ao certo quem estará entrando em nossas salas e qual é a formação técnica ou musical dessa pessoa.
Claro, esperamos que ao menos o "musico" saiba ligar um amplificador, mas nem sempre isso acontece. Todos os tipos de ocorrências bizarras já aconteceram e tentamos adaptar nossos equipamentos para evitar uma quantidade monstruosa de manutenção.
Amplificadores de contra-baixo é um artigo frágil e merece uma atenção maior. As frequências baixas quando manuseadas da forma incorreta funcionam como um trituradores de falantes. Ao abrir novas salas alguns anos atrás, optamos por set-ups de baixo Hartke ligados em caixas 4x10 e 1x15 da mesma marca. Na primeira semana, todas as caixas tiveram um alto-falante destruído. O negócio jamais seria viável se algo drástico não fosse feito e a melhor solução naquele momento foi anular as frequências mais baixas no equalizador do equipamento. Logo depois, orientado por técnicos experientes, instalamos capacitores nas caixas que evitam a ruptura do alto-falante. No momento máximo dos picos de sinais os capacitores estouram antes dos falantes e cortam o sinal.
Isso fez com que a durabilidade aumentasse, mas em contra partida afetamos diretamente músicos requintados que precisam de tais frequências em seus instrumentos. Por isso temos amplificadores reservas destravados e disponibilizamos para músicos exigentes que saibam manusear.
Tentamos seguir uma idéia básica para os amplificadores de guitarra. Disponibilizamos sempre 3 modelos diferentes por sala. Marshall e Fender são unanimidades e estão presentes em todas as salas. Um bom guitarrista sabe o que um amplificador valvulado pode fazer pelo seu som e nós também prezamos por isso. Todas as salas tem ao menos um amplificador valvulado. Sabemos que marcas importadas como Line6 por ex. São ótimas opções com muita variedade sonora, mas nem todos os guitarristas estão dispostos a decifrar como tais amplis funcionam. Geralmente um ensaio tem duas horas de duração e todos querem aproveitar para tocar em grupo. Guitarristas que gostam de usar efeitos trazem seu set-up de pedais e precisam apenas de um ampli com um bom som limpo.
Agora vamos falar sobre um instrumento que apanha diariamente a todo momento. A bateria sofre muito e as peles duram pouco, mas o maior perigo é a chavinha de afinação nas mãos de quem não entende. Aros entortados e parafusos espanados é frequente. Algumas marcas de bateria duram mais, como a Pearl Export (antigas) são instrumentos fortes e robustos e no nosso caso, as únicas que aguentam o dia a dia. Pouco a pouco pretendemos trocar todas por Pearl deste modelo.
Nosso novo estudio esta prestes a ser inaugurado e lá teremos equipamentos top de linha. Para baixo serão usados Ampegs 8x10, para guitarra; cabeças e caixas Marshal, Jcm 800 e 900, Orange e Fender Deville.
O PA da sala Top será Cervin Vega e retornos Mackie SRM 450.
A bateria da vez agora será a DW pensamos no modelo Eco-X na sala Top e nas outras a serie PDP.
Tudo passará por uma fase de adaptação e podemos mudar, mas a probabilidade de se manter esses set-ups é grande.
Um grande abraço.
Equipe Produssom